Pages

terça-feira, 12 de março de 2013

O desperdício da não continuidade

Já tratei desse assunto em outras oportunidades, mas não custa retomá-lo, pois envolve dinheiro público, gasto às expensas do contribuinte. De quem paga seus impostos em dia e merece o mínimo de respeito possível da administração pública. De quem controla esses gastos, transformados, se não forem bem empregados, em entulho ou construções fantasmas. Estamos cheios de exemplos de obras malconduzidas ou que se desgastam rapidamente, porque não foram fiscalizadas e, portanto, sem o devido dimensionamento no uso do material ou, o que é pior ainda, abaixo das especificações técnicas assumidas em contrato. O novo viaduto Prefeito Paulo D'Andréa, já teve um afundamento na pavimentação asfáltica em uma das alças. E faz pouco tempo que foi aberto ao tráfego.
Essa é apenas mais uma, às quais me referi acima. Agora vem o custo do reparo. O retrabalho desnecessário, que não aconteceria caso sua execução estivesse dentro das normas técnicas exigidas para tanto. Não é ponto de que pretendo tratar, mas fica também como mais um sinal desse descaso.
Quando falo do desperdício da não continuidade, refiro-me à falta de interesse em dar prosseguimento a obras herdadas da administração - ou administrações - anterior, como se não fosse obrigação entregá-las prontas, inaugurá-las e, principalmente, colocá-las à disposição da população, que pagou por elas, mas não vê o seu resultado final. Prefeitos - não são todos - têm verdadeira ojeriza por tocar realizações de seus antecessores, pelo simples fato de não querer creditar politicamente na conta do outro. Que pode ser do mesmo grupo político ou não.
A nova sede da Biblioteca Municipal João de Souza Ferraz, no antigo Pavilhão de Exposições da Facil que depois virou Ceprosom, foi entregue pronta ao apagar das luzes da curtíssima gestão de Orlando José Zovico (sem partido) como prefeito. Não deu tempo de inaugurá-la e supõe-se, pela importância da obra e o público que deve atingir, fosse inaugurada rapidamente para dar um espaço melhor e mais adequado a quem frequenta (por necessidade ou prazer da leitura) uma biblioteca. Um espaço nobre, de conhecimento, que não pode ficar onde está hoje. Principalmente porque já tem local novo, próprio e amplo para desenvolver suas atividades.
Quem costuma frequentar o Parque Cidade, onde se encontra o prédio da biblioteca, observa uma obra visualmente e arquitetonicamente bonita e, se prestar um pouco de atenção, funcional e atraente, porém, em completo abandono, com vidros já quebrados pelo vandalismo e partes do forro externo se desprendendo.
Ele está lá, prontinho para ser usado. Porém, quanto mais demorado for o seu uso efetivo, mais vandalismos sabemos que sofrerá. Espera-se que a atual administração tenha sensibilidade suficiente para perceber essa situação e, enfim, inaugurar o novo espaço destinado à biblioteca. Que continue o que foi começado, sem se importar com créditos políticos. O bem-estar da população é muito mais importante que isso.

0 comentários: